A Escola de Contas promoveu o II Simpósio de Contabilidade aplicada ao Setor Público, nesta quinta-feira (26). O objetivo foi reciclar, aperfeiçoar e gerar conhecimentos relativos à Contabilidade aplicada ao setor público, abordando os aspectos mais relevantes da questão. Na ocasião foi assinado o Termo de Cooperação Técnica para Capacitação dos Profissionais da Contabilidade por meio da participação nos cursos ministrados pela Escola de Contas do TCMSP.
Na parte da manhã, o simpósio contou com a fala de abertura do conselheiro presidente do TCMSP, João Antonio da Silva Filho e da presidente da CRCSP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo), Marcia Ruiz Alcazar. A mesa foi composta pela professora Joana Aparecida Barbosa Morales, contadora da Prefeitura de São Paulo e Coach Organizacional; pelo mestre Roberto de Oliveira Junior, contador da Prefeitura de Mogi Mirim; e pela contadora Renata Farias Freire de Souza, contadora da Prefeitura de São Paulo.
Joana, em sua intervenção, ressaltou o conflito de geração entre os Contabilistas, evidenciando a importância do bom relacionamento entre todas as gerações. Ela apresentou dados indicando que 75% das empresas têm problemas de conflitos entre gerações, 70% não conduzem ações para facilitar a interação entre as gerações e 42% acreditam que o maior desafio é integrar gestores da geração y.
Para a contadora, há uma acentuada diferença entre todas as gerações, o que causa um grande conflito entre elas. Os jovens da geração x viveram um período de grandes mudanças radicais, com demissões em massa. Já a geração y ingressa no mercado de trabalho com um elevado nível de especialização educacional, orgulhando-se de todas as suas conquistas e necessitando ser reconhecida. “Todos eles sonham em ser o Mark Zuckerberg, e só valorizam quem patrocine e apoie suas ideias”, afirmou Joana Morales, citando, por fim, a geração Z, que irá trabalhar com cargos que ainda não existem no mercado de trabalho.
Roberto de Oliveira abordou a importância do Sistema de Custos para a Administração Pública, explicando como ele deve estar estruturado. “Deverá ser aplicado aqui os quatro ‘e’: economicidade, eficiência, eficácia e efetividade na defesa de questionamentos feitos pela sociedade, pelos Tribunais de Contas e até pelo Ministério Público.” Roberto também ressaltou o conceito de custeio ABC no setor público. Este surgiu para alterar a forma da soma de gastos da Prefeitura, criando um direcionamento de custos. “O custeio divide por quantidades, fazendo caminhos de atividades e relacionamentos que podem inclusive verificar o custo de uma criança em uma determinada creche”, garantiu.
Renata de Souza em sua palestra citou o processo de implementação das Normas de Contabilidade na Prefeitura de São Paulo, explicando sua dificuldade e a base conceitual que foi utilizada para que houvesse uma convergência. A contadora encerrou a sua fala citando as normas brasileiras de contabilidade (NBCS). “As IPCs (Instruções de Procedimentos Contábeis) auxiliam na aplicação e interpretação das diretrizes, conceitos e regras contábeis, o PCASP (Plano de Contas Aplicado ao Setor Público) torna possível todas as informações serem consolidadas e o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público) ajuda os processos e elaborações do orçamento”.
No período da tarde, o Simpósio contou com três palestras. A primeira, “Achados Contábeis de Auditoria”, foi mediada pelo auditor de controle externo no Tribunal de Contas, o Profº Jorge Pinto de Carvalho Junior. Em sua fala, ele discorreu sobre como os Tribunais de Contas de diversos estados noticiam normas de contabilidade e auditoria financeira, falhas administrativas que levam ao desperdício de recursos públicos e sobre a qualificação de ativos e passivos em contas, tratando de superávits financeiros com embasamento na Lei 4.320, lei de caráter orçamentário que estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
“A aproximação de práticas entre a Contabilidade Pública e a Contabilidade societária” foi o tema da segunda palestra, mediada pelo Profº Me. Fredy Henrique Miller. Sendo mais experiente no ramo contabilidade societária do que no ramo público, foco do simpósio, Miller citou a importância da relação entre os dois regimes de contabilidade, falou sobre o IFRS (International Financial Reporting Standards) – normas internacionais de contabilidade – e sobre a convergência entre padrões contábeis.
A última palestra, “A Nova Lei de Finanças Públicas”, foi ministrada pelo Profº Valmir Leôncio da Silva, coordenador técnico da Escola de Contas. Na exposição ele citou que o ramo de contabilidade não tem muitas noções sobre o setor de finanças públicas, sendo importante adquirir conhecimentos referentes à esfera pública considerando um foco no setor privado. Aproveitou ainda para ressaltar a importância da Lei nº 4.320 como grande influenciadora, até hoje, das leis contábeis desde o seu nascimento, em 1964.
Como no período da manhã, o simpósio abriu para perguntas ao público após o término das palestras.
Confira o simpósio completo no Facebook da Escola de Contas.