A Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) organizou uma palestra para discutir a análise do valor como ferramenta na gestão pública. O evento, que aconteceu na última quinta-feira (23.05), recebeu o engenheiro civil Danilo Pitta para apresentar um breve histórico da aplicação dessa metodologia e mostrar como é possível aumentar a transparência dos investimentos públicos; reduzir os custos dos empreendimentos; melhorar o desempenho das obras públicas; inovar, avaliar riscos, melhorar a tomada de decisão; priorizar investimentos em cenários de restrição orçamentária; formar pessoal técnico nos órgãos e reduzir aditivos em fase de obras.
"A Engenharia e Análise do Valor é uma metodologia que foi criada na General Electric. É um processo sistemático que precisa ser aplicado segundo fases bem específicas, que pega um projeto, um sistema, um serviço, um processo e foca nas funções", explicou Pitta. "O objetivo [da ferramenta] é estabelecer um equilíbrio de rendimento, qualidade e funcionalidade do projeto, ao mais baixo custo de construção, operação e manutenção". Deste modo, o projeto não é avaliado somente pelo custo, ele começa a ser avaliado em função do seu desempenho.
Pitta mencionou que o tema é novo para a gestão pública e a "ferramenta leva invariavelmente à otimização”. Na Engenharia e Análise do Valor é preciso focar em quais funções cada requisito do projeto precisa cumprir. "[...] Quando você tira o foco do item de engenharia e foca nas funções que esse projeto tem que empreender, você começa a criar muito mais ideias do que simplesmente soluções específicas", completou o engenheiro civil.
Com base em estudo de caso na implantação da metodologia de “Engenharia de Valor” nos projetos de obras e serviços contratados no âmbito do Governo do Estado de Minas Gerais, o palestrante levantou alguns critérios de desempenho, entre eles mobilidade; acessibilidade; segurança; desenvolvimento econômico e autossuficiência; impacto ambiental; função pública e impacto social. “Determinando peso e critério de como medir o desempenho você consegue, em cada alternativa, avaliar de forma objetiva qual o impacto final no desempenho do projeto e equilibrar soluções para atender a dois critérios antagônicos", esclareceu Pitta.
Segundo o engenheiro, os projetos mineiros integram inúmeros critérios de avaliação, que são diferentes de um projeto tradicional. No que se refere à transparência do desempenho, são avaliados quesitos de qualidade, exigências dos agentes públicos, considerações políticas, segurança, nível de serviço, impactos no meio ambiente, impactos no cronograma, operabilidade, confiabilidade, manutenção e considerações estéticas. Ao que diz respeito à transparência dos custos, lista como itens: custo inicial, operações, manutenção, retorno do investimento, ciclo de vida, reposição, custo do capital, custo do usuário, acidentes e tempo residual.
Por fim, o palestrante apresentou exemplos de como a Engenharia e Análise do Valor pode ser uma ferramenta para tomada de decisão e ressaltou que “a equipe é uma ferramenta muito importante para um projeto de altíssimo nível”.
Você pode assistir à palestra “Análise do Valor como ferramenta para melhoria de eficiência na gestão pública”, mediada pelo engenheiro e servidor do TCMSP Amândio Martins, aqui:
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