Grupo Ôctôctô encerra edição da série “Concertos Didáticos” em 2018 Notícias

23/11/2018 18:30

Nesta sexta-feira (23/11), a série “Concertos Didáticos” apresentou seu último espetáculo desta temporada 2018 com o grupo Ôctôctô. Transitando entre o erudito e o popular, a banda apresentou ao público que lotou a Escola de Contas do TCMSP seu segundo álbum, “Oito”, em que desenvolveu um repertório próprio a partir de uma fina escrita de composições que trabalham elementos da música popular em uma roupagem camerística.

A trajetória de Cibele Palopoli (flauta e flauta-baixo), Luis Santiago Málaga (saxofone e clarinete), Felipe Roque (trompete), Edinaldo dos Santos (trombone), Yuri Prado (guitarra), Márcio Modesto (piano), Miguel Antar (contrabaixo) e Rubens de Oliveira (bateria) começou na USP e, há oito anos, essa é a formação atual da banda. Prado contou como surgiu o nome Ôctôctô:

“Somos amigos da época de universidade. E a ideia do nome é um trocadilho com ‘Octo’, por sermos oito integrantes e o ‘tôctô’ veio inspirado em uma canção do disco de Herivelto Martins chamada ‘Carnaval de Rua’ e em uma das faixas ele fala essa palavra e me soou bem, daí criamos esse jogo de palavras”.

Durante a apresentação, o repertório do Ôctôctô transitou entre diversos ritmos como o choro visto nas composições “Atribulado” e “Contemplativo”; o clássico conhecido no mundo todo, a “5ª Sinfonia” de Beethoven; e o tango, visto em “Pantiluna”. Na visão de Santiago, a pluralidade de opiniões presente dentro do grupo é fundamental para a escolha diversificada do que vai ser tocado nos espetáculos.

“Desde a fundação do grupo, o acordo para estar aqui é tocar o que foi feito para nós, seja um arranjo ou uma adaptação de uma composição de alguém de fora. O sucesso da banda passa também pelos membros originais, são cinco que estão conosco desde o primeiro ensaio”, frisou.

Um macete interessante utilizado pelo grupo chamou a atenção do público: antes de todas as músicas que seriam apresentadas, um integrante da banda explicava, didaticamente, como foi feita cada composição, porque determinado arranjo foi usado na peça. Para Yuri, a ferramenta utilizada pelos oito ajuda a cativar o público a curtir música instrumental.

“No geral, em concertos do grupo em teatro ou em conservatórios de música, temos essa preocupação. A música instrumental tem essa condição de ser abstrata, por isso essa importância. Não queremos guiar totalmente a escuta, mas que pelo menos, mostramos elementos interessantes para essa inclusão da plateia”, disse.

Ao final da apresentação, a produtora artística do evento, Yonara Dantas, comemorou o sucesso da série musical Concertos Didáticos como parte da programação do Jubileu de Ouro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. “Essa iniciativa é, de fato, para possibilitar o diálogo com quem está no palco ou quem esteja na plateia assistindo. Agradeço a oportunidade de tudo que pudemos executar nesse projeto juntos durante o ano, desejo vida longa às atividades e aos projetos culturais”.

O conselheiro presidente do TCMSP, João Antonio, reforçou que a Escola de Contas do Tribunal é um ponto de encontro de culturas diversificadas. “Aqui, temos espaços para todos os segmentos de culturas no Brasil. Ouvimos viola caipira, choro, samba, sertanejo... Pregamos a pluralidade, a multiplicidade de opiniões, portanto, todos têm espaço neste templo que prega o conhecimento e a sabedoria”, afirmou.

O Ôctôctô tem um objetivo claro ao passar sua mensagem com as músicas instrumentais: valorizar assuntos como memória, experiências pessoais e relações familiares. “É raro os integrantes toquem peças que sejam totalmente abstratas. Acreditamos que nossa música é acessível a todos, por isso é difícil de nos classificar entre erudito e popular, porque podemos romper barreiras caminhando nestes dois universos”, completou Yuri.

 

Confira abaixo a apresentação na íntegra