Dando continuidade aos trabalhos do XI Educontas - Encontro Nacional dos Técnicos de Educação Profissional das Escolas de Contas, os painéis realizados na tarde do dia 26 de outubro, em ambiente virtual, trataram do tema “Curso dos Sonhos”.
A palestrante convidada foi a professora Andrea Filatro, mestre e doutora pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, com formação em Gestão de Projetos pela Fundação Instituto de Administração – USP. Também é consultora e autora de diversos livros na área de Educação. A mediação dos trabalhos ficou sob a responsabilidade de Gilson Piqueras Garcia, auditor de controle externo e coordenador técnico da Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP).
Na primeira parte da sua palestra (painel 2), a professora interagiu com os participantes, realizando, por meio de uma ferramenta, um breve diagnóstico coletivo inicial para identificar o perfil do público participante, bem como o nível de conhecimento sobre o tema proposto.
Foi a primeira de muitas atividades de interação realizadas ao longo da palestra. Os resultados do diagnóstico foram projetados em tela e compartilhados com os internautas.
Em continuidade, ressaltou que a intenção é de que ao longo da interação “os participantes possam fazer um quadro geral do que a gente tem de novo em termos de planejamento e design de cursos para a construção de um “curso dos sonhos”.
Em breve síntese, a professora esclareceu que a expressão “curso dos sonhos” é usada no sentido de fazer algo marcante, que valha o esforço das equipes de produção, o dinheiro investido, o tempo dos participantes e que gere resultados, desde a satisfação individual das pessoas que estão envolvidas até os resultados para a instituição, já que estamos falando aqui dentro do escopo da educação corporativa pública, particularmente dentro das escolas de contas”.
Citando o pensamento dos professores canadenses Diederik Bosscha e Christian Jan, Andrea Filatro acrescenta que o “curso dos sonhos” “é aquele que provoca, que movimenta e que perdura”.
Voltando-se para a realidade das escolas de contas, ela destaca que o “curso dos sonhos” traz necessariamente impactos positivos não só para os participantes mas também para o local de trabalho e para sociedade, visto que o objetivo maior dos tribunais de contas é a garantia de bons serviços prestados aos cidadãos.
No terceiro painel, a professora reforçou que o design instrucional pode dar uma importante contribuição na formatação do ‘curso dos sonhos”.
Segundo a avaliação da palestrante, o design instrucional é uma metodologia usada na construção de soluções educacionais para problemas ou necessidades de aprendizagem “.
Filatro informa que recentemente, uma abordagem inovadora veio em auxílio do design instrucional para desenhar o “curso dos sonhos”, que é o chamado design thinking (mentalidade de design, em tradução livre). “Ele tem o caráter de trazer algo inédito para realizar o desejo das pessoas envolvidas no projeto”, disse a professora.
Segundo a palestrante, para realização desse “curso dos sonhos” há basicamente quatro etapas envolvidas: 1 - análise do problema educacional, com um levantamento das necessidades dos alunos e da instituição; 2 - desenvolvimento das soluções para os problemas verificados; 3 – implementação; 4 –avaliação, fase em que se verifica se a solução foi bem desenvolvida e atendeu ao interesse do público.
Como explicou Filatro, “para soluções educacionais, o design thinking, com uma ação empática, ouve os interessados”. E complementou: “nas escolas de contas é feito o retrato das pessoas que serão capacitadas e criado o curso direcionado para esses profissionais”.
O design, além da preocupação com o conteúdo programático, desenha o formato do curso e as características estéticas. A palestrante justificou dizendo que “utiliza-se todos os recursos para melhorar o processamento de informações do usuário e do entendimento do que é apresentado”.
De acordo com Andrea, alguns passos são importantes neste processo de criação do “curso dos sonhos” para as escolas dos tribunais de contas, entre eles, a ideação de persona – elaboração de “uma pessoa” afetada pelo problema -, seguida de uma estratégia de prototipação – retrato dos problemas e “possíveis” soluções para eles -, e o desenho da experiência de aprendizagem.
O mediador Gilson Piqueras Garcia, dirigente da Escola de gestão e Contas Públicas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, reforçou a necessidade da construção de “cursos dos sonhos” não somente para o desenvolvimento das competências técnicas do público-alvo, mas também das competências comportamentais nas escolas de contas.
Durante o intervalo entre os painéis, foi apresentado um show musical on-line, ao vivo, com voz e violão de Sebastião Nascimento, que faz parte do quadro de servidores da Escola de Gestão e Contas do TCMSP.
Assista às palestras dos painéis 3 e 4 do “XI Educontas”: