Em crise agravada pela pandemia de Covid, o setor de transporte público no Brasil teve uma greve a cada quatro dias desde janeiro de 2021 até a quinta-feira (17) da semana passada. Foram 41 paralisações em 17 estados e no Distrito Federal, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Prefeituras
Levantamento feito pela GloboNews aponta que o prolongamento da pandemia e o desequilíbrio financeiro das empresas vêm tornando o setor cada vez mais dependente de subsídios concedidos pelas prefeituras.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o subsídio para o transporte público totalizou R$ 2,9 bilhões em 2019. Em 2021, pode ultrapassar os R$ 4 bilhões, segundo projeção de técnicos da própria prefeitura.
Um relatório preliminar de execução contratual do Tribunal de Contas do Município (TCM) aponta que, em fevereiro de 2020, um mês antes do início da pandemia, o subsídio representava 30,5% da remuneração das concessionárias de transporte em operação na capital paulista. Os outros 69,5% eram oriundos da tarifa.
Ao longo da pandemia, essa ordem se inverteu. Em agosto de 2020, o subsídio representou 56% do valor recebido pelas empresas de ônibus. A tarifa respondia pelos outros 44%.