Novos usos para resíduos de construção são debatidos na Escola de Contas do TCMSP Notícias

17/04/2019 16:00

Em evento realizado na Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), o arquiteto paisagista e doutor em Educação André Graziano proferiu a palestra “Formas de reutilização de resíduos da construção civil em espaços de lazer e cultura”. Essa iniciativa, realizada na terça-feira (16/04), fez parte do curso “Resíduos da Construção Civil: Descarte e Reaproveitamento”, ministrado pelo professor Amândio Martins na instituição.

O objetivo de André Graziano foi apresentar aos alunos e pessoas presentes à palestra os cases de sucesso na utilização de materiais reciclados oriundos de resíduos de obras e serviços de engenharia nas cidades de São Paulo e Campinas. O palestrante abordou exemplos em que participou ativamente de construções, como a Praça Esther Mesquita, no bairro de Higienópolis, e uma homenagem a Burle Marx, na região da Avenida Paulista.

O arquiteto acredita que a simplicidade encontrada nas soluções para utilização de material nessas obras gera melhores resultados e é mais educativa. André Graziano destacou ainda a obra realizada no Parque do Povo, no bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, como mais um exemplo do uso alternativo de resíduos.

“Lá, construímos uma passarela de acesso à ciclovia da Marginal Pinheiros que foi feita na obra do parque e é a única passarela de bicicletas que passa no meio de uma árvore”, afirmou. Ainda sobre o Parque do Povo, Graziano trouxe fotos da evolução temporal pela qual o local passou, que antes era utilizado por campos de várzea conhecido como Clube do Mé.

Outra obra onde o especialista teve participação ativa foi na construção da chamada Praça dos Pelados, em Campinas. No local em que houve essa construção, funcionava anteriormente o “Pátio dos Pelados”, do Hospital Cândido Ferreira, em que ficavam os pacientes que tinham transtornos mais severos.

Com o conceito de se livrar de preconceitos, o arquiteto contou como foi o processo para a execução dessa obra, acompanhando a construção feita na região de Campinas por meio do programa Mão Amiga, que ajuda a reinserção de moradores de rua no convívio familiar e social.

“Quando fizeram o convite para visitar o espaço, que era muito grande e resultaria numa obra caríssima, chegamos a esse pátio que ninguém queria e vimos que tinha entulho por lá. Escolhemos esse espaço com uma condição: todo o entulho dos ambientes que fossem demolidos seria jogado ali para ser reciclado e, a partir disso, fazer a praça”, disse André Graziano.

Assim, em parceria com integrantes do programa, foram criadas manualmente ferramentas de britagem. E, na inauguração do espaço, um mural de fotos com todos os que participaram do projeto e registros do passo-a-passo do desenvolvimento da obra foram expostos na Praça dos Pelados.

Ao final, os alunos puderam questionar o arquiteto sobre curiosidades das obras citadas. Em seguida, André Graziano recebeu um certificado de participação nesse evento.